sexta-feira, 22 de abril de 2011

Empresas públicas estão entre as que mais inovam no Brasil, aponta IBGE

Uma pesquisa sobre inovação tecnológica, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), contraria a percepção de que as empresas privadas tendem a ser mais dinâmicas do que as estatais. Segundo o levantamento, que apurou dados entre 2006 e 2008, sete em cada dez (70%) companhias públicas criaram algum produto ou processo novo no período, enquanto essa relação cai para 40% entre as demais organizações.

Entre as justificativas para esse cenário está o fato de que as estatais federais tendem a investir maisem ações de pesquisa e desenvolvimento dentro da própria organização, geralmente em parceria com universidades. Enquanto que, nas empresas privadas, a inovação tende a ser mais focada na compra de máquinas e soluções que permitam criar novos produtos e processos, segundo a gerente responsável pela pesquisa, Fernanda Vilhena.

Ainda de acordo com a gerente, outra explicação para essa disparidade entre a inovação pública e privada deve-se ao fato de que as estatais investem muito mais recursos em pesquisa e desenvolvimento. Além disso, várias delas exercem monopólio em determinados setores e, por isso, precisam desenvolver produtos e serviços por conta própria – sem usar exemplos de outras organizações.

O próprio Governo federal, por meio dos fundos de amparo à pesquisa e dos incentivos ao PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), tem incentivado inovações nas empresas estatais.

De acordo com a pesquisa, entre as estatais que investiram em algum tipo de inovação, 27,8% lançaram algum produto novo no mercado nacional e 29,2% criaram processos inéditos. Nas companhias privadas esse mesmo percentual foi de 4,4% e 2,4%, respectivamente.

Peso da burocracia
As estatais, por outro lado, enfrentam entraves para implementar a inovação. Como reflexo, a pesquisa mostra que mais da metade delas (57,1%) tiveram pelo menos um obstáculo para criar produtos e serviços inovadores graças, principalmente, à burocracia da administração pública.

Outros 64,2% citaram também que a dificuldade para se adequar a padrões, normas e regulamentações dificulta a inovação nas estatais.

Entre as companhias privadas, o maior obstáculo, de acordo com 65,6% dos entrevistados, são os riscos econômicos excessivos, seguidos pelo elevado custo de inovação (57%) e pela escassez de financiamento (51,4%).

*Com informações da Agência Brasil

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